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Arquitetura Museus pelo Mundo

Museu Van Gogh

Série: Museus pelo Mundo

Museu Van Gogh

por:

Flávia Baldini

Tempo de leitura: 4 minutos

A ideia da criação de um museu para acomodar o acervo de obras do pintor Vincent van Gogh teve inicio quando seu espólio foi herdado pelo sobrinho do pintor que, juntamente com o governo dos Países Baixos, viu a importância de celebrar e expor a impressionante coleção.

A responsabilidade de projetar o edifício que abrigaria o Museu Van Gogh foi assumida pelo arquiteto holandês Gerrit Rietveld e seu colega J. van Dillen em 1963. Porém, após a morte de ambos, o projeto passou para as mãos de J. van Tricht, de quem recebeu pequenos ajustes ao design original sendo finalizado apenas em 1973.

Entre as demandas levantadas na concepção do projeto estavam a escala do museu em relação aos edifícios do entorno e um átrio principal com incidência de muita luz natural. Entre os principais destaques deste projeto estão a escada em balanço no centro do átrio e a progressiva diminuição da área de cada andar conforme se vai subindo pelo edifício, de modo a proporcionar a visão das galerias abaixo através do átrio principal.

            Assim como muitos museus pelo mundo, o crescente fluxo de visitantes fez com que o museu – e sua ala de exposições projetada em 1999 pelo arquiteto japonês Kisho Kurokawa – necessitasse de uma nova entrada que fosse capaz de originar um novo “todo” surpreendente e ao mesmo tempo se integrar à Museumplein – a Praça dos Museus – onde foi construída.

Projetada pelo escritório Kisho Kurokawa Architect & Associates, a nova entrada tem o vidro – duplo – como elemento construtivo principal, estando presente na fachada, cobertura e escadaria, e garante ao edifício o título de maior vão de vidro da Holanda e uma estrutura de aço inovadora para garantir a estabilidade da cobertura.

Com área total aproximada de 650 m2, a fachada é constituída por placas duplas de vidro laminadas dobradas a frio, onde suas formas foram moldadas in loco durante a instalação. A cobertura de 600 m2 possui formato de concha, ângulo de 16,5o e 30 aletas únicas em comprimento e com altura suficiente para evidenciar ainda mais a curvatura do telhado. Vista como elemento de design no edifício,  a escada de vidro é suportada por um vidro laminado triplo em arco que transfere as cargas elevadas e a estabiliza.

“Asseguramos que o novo hall de entrada seja claro e espaçoso. Queremos capturar a atmosfera ensolarada, o que vimos refletidas em muitas pinturas de Van Gogh. Desenvolvemos uma estrutura de suporte exclusiva para o telhado de vidro, que dificilmente será notada. Ao entrar no museu, você pensa: como todo esse edifício de vidro é suportado? E o que você experimenta é luz, espaço e uma visão geral. A clareza é extremamente importante, talvez o mais importante. As pessoas têm que perceber que um museu é um edifício público, onde todos os dias milhares de visitantes, muitos estrangeiros também, muitas vezes o vêm pela primeira vez. Precisamos fornecer clareza. Os visitantes não querem perder nada, eles precisam entender imediatamente qual caminho a percorrer, como é grande o museu e quanto tempo eles levarão para vê-lo. Quando eles se sentem em casa e à vontade, eles vão ficar por mais tempo e um dia voltarão”.

Fala do arquiteto Hans van Heeswijk.

por:

Flávia

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Arquitetura Museus pelo Mundo

Museu de Astronomia de Xangai

Série: Museus pelo Mundo

Museu de Astronomia de Xangai

por:

Flávia Baldini

Tempo de leitura: 4 minutos

Projetado pelo escritório Ennead Architects, o Shangai Astronomy Museum tem 38 mil metros quadrados e é uma filial do Museu de Ciência e Tecnologia de Xangai. Com o propósito de evidenciar os trabalhos e pesquisas da China, nos campos da astronomia e em projetos espaciais, o museu abriga exposições permanentes com instrumentos de exploração espacial, meteoritos e rochas vindos de Marte, da Lua e do asteroide Vesta, além de exposições temporárias. 

“Tomando como inspiração alguns princípios astronômicos, nossa estratégia de projeto oferece uma plataforma para a experiência do movimento orbital, utilizando-o como referência metafórica e gerador da forma” descrição feita pelo escritório Ennead Architects sobre o projeto.

O conceito do museu foi idealizado para representar o universo em um projeto que faz alusão às órbitas dos corpos celestes em um edifício com uma arquitetura de complexas formas curvas e nenhum ângulo ou linha reta, como é o cosmos. Cada uma das três formas principais do complexo, que representam a trajetória do sol, da lua e das estrelas, formam o Domo Invertido, a Esfera e o Oculus. 

Posicionado acima da entrada principal, o Oculus é uma abertura circular que permite a entrada da luminosidade formando um relógio solar para retratar a passagem do tempo, em especial a relação entre os movimentos da terra e do sol e as estações. Ao meio dia no solstício de verão, a luz forma um círculo completo que se alinha perfeitamente com a plataforma circular na praça de entrada do Museu. 

A Esfera que pende do telhado “suspensa” no centro do complexo abriga o Teatro Planetário e, à medida que se caminha pelo edifício, a esfera emerge gradualmente representando o nascer da Lua no horizonte da Terra. Visível de boa parte do edifício, ela é um ponto de referência sempre acompanhando os visitantes, um skyline contínuo em torno daquela permite a entrada da luz solar. 

E a estrutura de vidro na linha do telhado e acima do átrio central é o Domo Invertido, a terceira estrutura da obra que oferece aos visitantes uma experiência sob o céu diurno e noturno. O acesso ao local é feito através de uma rampa espiral de 720 graus de dentro do museu e debaixo da cúpula invertida que direciona o caminho dos visitantes ao longo das várias exposições do museu. 

“Parte do que estava impulsionando nosso pensamento ao desenvolver o design para o Museu de Astronomia de Xangai foi como poderíamos complementar o conteúdo da galeria e criar um edifício que tornasse as pessoas mais conscientes do céu acima – um edifício que não apenas abrigasse exposições sobre o espaço, mas coloque os visitantes em envolvimento direto com as estrelas“

Thomas J Wong, arquiteto do escritório Ennead Architects. 

por:

Flávia

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Arquitetura Museus pelo Mundo

Museu do Louvre, Paris-França

Série: Museus pelo Mundo

Museu do Louvre, Paris - França

por:

Flávia Baldini

Tempo de leitura: 7 minutos

Referência internacional tanto pela sua importante coleção de obras de arte como pela sua impressionante arquitetura, o Museu do Louvre possui dimensões monumentais e atrai milhares de visitantes todos os anos para visitar suas galerias e exposições diversas.

A controversa renovação do Museu do Louvre, juntamente com as diversas obras inovadoras e modernas de construções e renovações arquitetônicas da “Grande Operações de Arquitetura e Urbanismo” – como ficaram popularmente conhecidas as obras executadas naquele período – também foi idealizada pelo então presidente francês François Mitterrand que, em 1983, convidou o arquiteto sino-americano Ieoh Ming Pei para assumir o projeto de modernização do museu.

Pei tinha pela frente um grande desafio, resolver os problemas de acesso ao museu, criar novas áreas de apoio, ampliar o espaço de exposições disponível e criar uma integração que melhorasse a experiência dos visitantes no espaço. Além desse escopo, o projeto deveria alinhar toda a arquitetura medieval, renascentista, barroca e clássica do Louvre com um projeto moderno e de alta tecnologia.

A proposta de Pei foi criar uma nova entrada no Cour Napoléon marcada por uma grande pirâmide de vidro que impactasse o visitante no momento da chegada e fornecesse iluminação para todo o espaço subterrâneo que abrigaria além da recepção, áreas de apoio e galerias de acesso aos prédios do complexo – função essa exercida também pelas outras três pirâmides menores de vidro que circundam a pirâmide maior e compõe esta parte do projeto.

Inspirada nas proporções da Pirâmide de Quéops, mas em menor escala, a Pirâmide de Vidro do Louvre faz referência aos grandes construtores da história, ao mesmo tempo que representa o desenvolvimento de novas técnicas e materiais construtivos ao longo dos anos, trazendo uma grande estrutura de aço, alumínio e vidro.

Foram despendidos meses de pesquisa para o desenvolvimento de um vidro específico que atendesse as particularidades deste projeto, que exigia a redução dos óxidos de ferro e também da incidência da cor verde na transparência das chapas, resultando em um vidro extra claro para a obra. A fabricação destas chapas de vidro ficou sob responsabilidade da empresa francesa Saint-Gobain, que construiu um novo e moderno forno especialmente para este fim.

O vidro diamante, como foi nomeado pela Saint Gobain, trazia excelentes propriedades mecânicas, perfeita qualidade ótica e transparência igual à lentes de óculos. Se tratava de um vidro laminado extra claro com 21,52mm de espessura total, composto por duas chapas de vidro com quatro filmes de polivinil butiral para atender a especificação de um vidro de segurança necessário para a aplicação a qual se destinava.

Totalizando uma superfície de aproximadamente 1.800m2, a Grande Pirâmide do Louvre possui 673 placas de vidro, sendo 603 losangos – 2,9 x 1,9 m – e 70 triângulos equiláteros – base de 1,9m – e, se considerarmos as três pirâmides menores de vidro que compõe esta parte do projeto, o total de placas de vidro chega a 793, formando uma complexa configuração estrutural.

“Formalmente, é o mais compatível com a arquitetura do Louvre (…), é também uma das formas estruturalmente mais estáveis, garantindo sua transparência, uma vez que é construída de vidro e aço, significando uma ruptura com tradições arquitetônicas do passado. É um trabalho do nosso tempo.”
—I.M. Pei

Posteriormente, em 1993, foi inaugurada a segunda fase do projeto do Grande Louvre, um centro comercial subterrâneo construído em frente ao museu onde se encontra a quinta pirâmide de vidro do complexo, La Pyramide Inversée, ou Pirâmide Invertida.

Invisível vista do lado de fora, a Pirâmide Invertida é uma claraboia com uma estrutura de aço inoxidável e vidro laminado que, além da função de iluminação, marca a interseção das duas principais passagens de entrada para o museu. Com sua ponta suspensa 1,4m acima do nível do piso, a pirâmide faz contraponto à uma pirâmide menor em pedra posicionada logo abaixo dela e quase se tocam.

Em 1995 o projeto foi finalista do Prêmio Benedictus sendo descrito pelo júri como “uma notável anti-estrutura… um uso simbólico da tecnologia… uma peça de escultura. A pirâmide foi concebida como um objeto, mas é um objeto para transmitir luz.”

por:

Flávia

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Aplicações de Vidro Projetos

Vantagens das divisórias de vidro

Vantagens das Divisórias de Vidro

Excelentes aliadas no design de interiores

por:

Rebeca Guimarães

Tempo de leitura: 5 minutos

Entrar em um edifício corporativo hoje é uma experiência completamente diferente de algumas décadas atrás. Especialmente se estivermos falando de startups, espaços de co-work e empresas de tecnologia.

Mesa de ping pong ao lado de um janelão, puffs coloridos, reuniões em ambientes mais parecidos com uma sala de estar do que qualquer outra coisa. E é claro, um espaço confortável para o café e lanchinhos no meio da tarde.

Sim, você está em horário comercial e relatórios ainda precisam ser entregues. Mas a atmosfera não lembra nada àqueles ambientes sisudos com cara de repartição pública.

E é claro que o vidro não ficaria de fora dessa revolução!

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Aqui no Vidro Certo sempre enfatizamos o quanto o uso do material faz a diferença no conforto térmico, no contato com o externo e na iluminação natural que traz diversos benefícios.

Mas você sabia que o vidro também é um excelente aliado no design de interiores?

Nos ambientes corporativos as vantagens são muitas. Para compor esse novo modo de trabalhar e viver, o vidro é essencial!

A transparência do vidro tem a capacidade de criar a ilusão de mais espaço. Então adicione algumas divisórias de vidro ao escritório e você instantaneamente terá um ambiente mais claro, arejado e espaçoso.       

As primeiras impressões contam, e isso é particularmente importante quando os clientes em potencial estão visitando o escritório. Quando convidado para um espaço de trabalho acolhedor, isso instantaneamente traz uma sensação que conecta e permite que a reunião tenha um ótimo começo para o melhor resultado possível. No entanto, isso pode ser completamente o oposto, caso o cliente não se sinta bem no local. É claro que o espaço do escritório não é tudo para qualquer negócio, mas pense nisso, você estaria mais disposto a trabalhar com uma empresa que se orgulha de sua apresentação ou naquela que não dá atenção a esse tipo de detalhe?

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O melhor das divisórias de escritório é que elas não são apenas de vidro. Todos os sistemas de repartição são altamente personalizáveis ​​e permitem modificações, incluindo pintura e outros tipos de costumização. Esta é uma ótima maneira de injetar um toque de design e estilo e torna as divisórias completamente exclusivas para o seu ambiente de trabalho. Por exemplo, algumas empresas colocam o seu logotipo em  todas as divisórias, enquanto outras optam por algo mais minimalista. Com divisórias de vidro para escritório, você pode ser tão ousado ou simplista quanto quiser. 

As divisórias de vidro também deixam espaço para futuras reformulações do espaço do escritório. Se pretende remodelar o seu espaço, é fácil! Devido à menor quebra, os vidros podem ser utilizados ​​em outros lugares. Alterações futuras podem ser pensadas, pois são menos confusas do que quebrar uma parede. Além disso, é mais rápido de instalar e a aparência desejada pode ser alcançada em pouco tempo. 

O vidro é a melhor solução para a maioria dos escritórios que procuram modernizar a sua decoração e criar espaços que realmente conectam.

por:

Rebeca Guimarães

Leia também!

Novas formas
de morar

A pandemia do coronavírus trouxe inúmeras mudanças para a vida de todas as pessoas ao redor do mundo. Muitas dessas mudanças já estavam em curso e foram apenas adiantadas.

Arquitetura do bem-estar e o vidro​

Desde o inicio da pandemia da covid 19 a discussão a respeito da qualidade de vida e saúde mental das pessoas se intensificou e tem mostrado a importância de falarmos e cuidarmos desses aspectos no nosso cotidiano.

Privacidade e
o vidro​

O vidro sempre esteve muito ligado a alguns atributos que enfatizam a sua principal característica: transparência. Ele nos possibilita contato com o externo, luz, natural, traz a natureza para perto, amplia espaços e conecta as pessoas em um mesmo ambiente.

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Neuroarquitetura e o Vidro!

A neurociência é a ciência que estuda o sistema nervoso e suas funcionalidades. Sabe-se que os primeiros padrões de escolha são formados ainda na primeira infância. De um modo geral tudo está correlacionado.

Os benefícios do vidro!

O vidro é um dos elementos que vêm ganhando espaço nas construções, pela sociedade reconhecer seus diversos benefícios, mesmo sendo algumas vezes de forma empírica onde preferimos o vidro sem saber explicar exatamente os motivos que nos levam a esta preferência.

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Arquitetura Projetos

Arquitetura do bem-estar e o vidro

Arquitetura do bem-estar e o vidro

Você já ouviu falar disso?

por:

Flávia

Tempo de leitura: 3 minutos

Desde o inicio da pandemia da covid 19 a discussão a respeito da qualidade de vida e saúde mental das pessoas se intensificou e tem mostrado a importância de falarmos e cuidarmos desses aspectos no nosso cotidiano. Alinhado a isso, ganhou força o conceito de arquitetura do bem-estar. E aí, você já ouviu falar disso?

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A privação do nosso “viver em sociedade” de forma presencial nos fez questionar a qualidade dos espaços ao nosso redor. Durante toda a pandemia estivemos mais sozinhos, seja no trabalho home office ou durante os períodos de descanso que foram restringidos às nossas próprias casas na maior parte do tempo e isso nos fez olhar mais para o ambiente ao nosso redor e questioná-lo.

Perguntas como: “Como ele faz eu me sentir?”; “Gosto de trabalhar aqui?”; “Os móveis são adequados e confortáveis?”; “A iluminação é boa?”; “A ventilação suficiente?”; “É silencioso para que eu possa me concentrar no meu trabalho?”, “Esse ambiente ajuda a me conectar com o meu entorno?” entre tantas outras. E todas elas dizem respeito à arquitetura do bem-estar!

As pessoas são seres estimulados pelos sentidos, e como tais, a percepção dos ambientes influenciam diretamente no nosso bem-estar e por isso se pensar a arquitetura à partir deste princípio é tão importante nos dias de hoje. A arquitetura do bem-estar busca trazer aos ambientes as melhores qualidades em conforto estético, luminoso, térmico e acústico e, nesse interim, o vidro vem fazer lindamente seu papel!

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O vidro pode desde proporcionar a integração entre os ambientes interno e externo quando usada a sua versão translúcida, colorida ou não; permitir a entrada de luz natural na medida que atenda a solicitação do projeto arquitetônico, levando em consideração o uso do espaço e a orientação solar da face em questão, usando vidros refletivos, texturizados ou pintados; regular a passagem de calor que normalmente viria dessa luminosidade especificando um vidro de controle solar, um vidro low-e ou a combinação de ambos, que resulta em um uso mais consciente e equilibrado dos sistemas de refrigeração e economia de energia; diminuir a passagem de barulhos entre os ambientes, fazendo mão do uso de um vidro insulado para um melhor desempenho acústico.

Saber entender o espaço para poder projetá-lo corretamente de modo que este atenda os seus usuários da melhor forma possível envolver além de entender os seus usos, entender e especificar seus materiais construtivos da forma certa, e isso inclui saber fazer a especificação do vidro certo!

por:

Flávia

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Arquitetura Projetos

Os Vidros do Palácio de Versailles

Os Vidros do Palácio de Versailles

Uma obra atemporal que homenageia o vidro

por:

VIDRO CERTO

A Galeria dos Espelhos de Versalhes

Tempo de leitura: 5 minutos

Este é o primeiro post da série O Vidro construindo a História, na qual você conhecerá grandes obras arquitetônicas que fazem parte da História da humanidade e como o vidro contribuiu para a imponência da sua construção.

O Palácio

Versalhes era uma aldeia rural no século XVII, mas hoje com o crescimento de Paris, é considerada área do subúrbio de Paris. Foi o centro do poder do Antigo Regime na França graças ao seu palácio.

O Castelo de Versalhes era um simples castelo de caça construído pelo rei Luís XIII, mas passou a ser reformado e ampliado no reinado do seu sucessor, rei Luís XIV.

O projeto foi pensado pelo arquiteto Louis Le Vau para que o castelo se tornasse um centro da Corte Real, para assim centralizar também os poderes além das pessoas.

Houve quatro campanhas para construção do Palácio de Versalhes, cada uma focando em uma parte do palácio e ao término das guerras do rei.

O palácio serviu de moradia real de 1682 até a volta forçada da família real para Paris em 1789

O palácio Rural de Weston Park é um dos projetos que acreditam ser de Lady Elizabeth Wilbraham

A Galeria dos Espelhos

A Galerie des Glaces, como é conhecida em francês, tem esse nome graças a sua principal característica: ela possui 17 arcos recobertos por espelhos que refletem as 17 janelas também em arco que dão para o jardim. Cada arco contém 21 espelhos, totalizando o surpreendente montante de 357 espelhos utilizados na decoração da galeria, algo que hoje já seria um deslumbre, mas no século XVII foi revolucionário.

Essa galeria tão única não fazia parte dos planos originais da construção do palácio: inicialmente o arquiteto Louis Le Vau havia projetado um grande terraço que separava o apartamento do rei do apartamento da rainha. Mas por ser um caminho muito aberto e exposto de um apartamento a outro, na terceira campanha de construção do palácio, já sob o comando do arquiteto Jules Hardouin Mansart, a construção da Galeria dos Espelhos se apropriou de três quartos de cada apartamento e do terraço para a sua construção.

A construção da Galeria dos Espelhos se deu de 1678 a 1684 e se propôs a manter uma atmosfera que desse a sensação de natureza, pois as 17 enormes janelas permitem a entrada da luz solar e a invasão da linda paisagem dos jardins de Versalhes.

No cotidiano do palácio, a Galeria servia obviamente para passagem, mas também de sala de espera, encontros e era frequentada por cortesãos e o público visitante do palácio, mas raramente era um espaço de cerimônias.

Apesar disso, é com muito orgulho que os franceses lembram que a Galeria dos Espelhos foi o local escolhido para a assinatura do Tratado de Versalhes, aquele que oficializou o final da I Guerra Mundial.

Juntamente ao projeto da Galeria dos Espelhos, foi realizada também a construção de dois salões: o Salão da Guerra e o Salão da Paz, ambos decorados com paredes de mármore e troféus que exaltam as vitórias militares.

Os Espelhos

Um ponto importante se de ressaltar é que no século XVII, o espelho era um dos itens mais caros e Veneza tinha o seu monopólio de fabricação.

Mas, graças as suas dimensões enormes e à filosofia mercantilista que exigia que todos os objetos utilizados na decoração de Versalhes fossem fabricados na França, o vidreiro Jean-Baptiste Colbert teria contratado vários trabalhadores de Veneza para trazer a tecnologia e o conhecimento para fabricação dos espelhos na França.

Diz a lenda que Veneza não teria gostado nada disso e enviou espiões para envenenar os trabalhadores trazidos de Veneza.

Verdade ou não, sabemos que a técnica de manufatura de espelhos desenvolvida pelos trabalhadores de Colbert foi tão eficaz a França chegou a interditar as importações de espelhos venezianos!

A empresa de Colbert foi fundada por ele mesmo em 1665 sob o nome de Manufacture royale des glaces, posteriormente passou a chamar Saint-Gobain e assim é conhecida até hoje.

A Restauração

A Galeria dos Espelhos já passou por muita coisa! Parte da sua mobília já foi empenhada para financiar guerras e o espaço chegou a ser completamente abandonada durante a Revolução Francesa.

Mas a partir do século XIX passou por algumas reformas pontuais até que em 2004, sob a direção de Frédéric Didier, arquiteto responsável pelos monumentos históricos franceses, a galeria passou por uma restauração completa que pode reforçar todos os espelhos e mobiliário do espaço.

Essa restauração permitiu dar vida nova a 70% dos espelhos originais, mas 30% teve que ser trocado por espelhos de época (mas não originais) devido à ação do tempo e restauros mal realizados anteriormente.

Essa teria sido a primeira restauração completa que a galeria recebeu desde a sua inauguração em 1684.

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VIDRO CERTO

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Arquitetura Neuroarquitetura Vidro

Neuroarquitetura e o Vidro

Neuroarquitetura
e o Vidro

A neurociência é a ciência que estuda o sistema nervoso e suas funcionalidades. Sabe-se que os primeiros padrões de escolha são formados ainda na primeira infância. De um modo geral tudo está correlacionado.

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VIDRO CERTO e GRAZIELLA AGUIAR

Tempo de leitura: 5 minutos

O vidro é um dos elementos que vêm ganhando espaço nas construções, pela sociedade reconhecer seus diversos benefícios, mesmo sendo algumas vezes de forma empírica onde preferimos o vidro sem saber explicar exatamente os motivos que nos levam a esta preferência.

Neste documento vamos focar o uso em edificações, mas o vidro usado em vasilhames e utensílios também se diferencia de outros produtos, por prover sensações únicas para os usuários.

Veja: Vidro para vidrados no mundo https://www.youtube.com/watch?v=8bwGpiGmI4Y&t=5s

Para saber mais sobre Neuroarquitetura conversamos com a Graziella Aguiar, arquiteta e professora do curso de Neurociência e Arquitetura na Faculdade Bellas Artes de São Paulo. 

1. Como a Neuroarquitetura está diretamente ligada aos 5 sentidos? 

Costumo dizer que o sistema sensorial é o nosso radar. São os nossos sentidos que coletam todas as informações do ambiente que estamos para que nosso cérebro as analise e prepare uma resposta ou ação adequada. 

De maneira geral, nossos sentidos nos conectam com o mundo que habitamos, e a neurociência está interessada em desvendar os comportamentos resultantes dessa interação entre o homem e o espaço que vive. 

2. Por que aplicar a Neuroarquitetura na concepção dos projetos? 

A arquitetura coleta na neurociência informações para melhorar a experiência do seu usuário. Ou seja, a partir do conhecimento dos estímulos que o ambiente causa no indivíduo, o projeto passa a ter um propósito que vai além da interação primária, o arquiteto que projeta consciente dos efeitos que o projeto causa no usuário, está interessado não somente no bem-estar instantâneo, mas como a experiência do ambiente ficará na memória do indivíduo. 

Ao escolher um material ou definir um layout, o arquiteto se preocupa em como seu cliente poderá se adaptar fisiologicamente melhor no espaço projetado. 

3. Você poderia dar algumas dicas para aplicar a Neuroarquitetura na decoração? 

Tento passar para meus alunos a importância de conhecer o indivíduo para quem projeta, saber como aquele organismo interage com o mundo, o que ele traz de sinais que mostram suas valências positivas ou negativas ao interagir com determinados estímulos. Principalmente, é importante entender quais são as memórias que trazem bem-estar e aquelas que o deixam desconfortável. Eu sempre indico começar pela análise cultural e territorial do usuário, que condições climáticas e sobre quais influências culturais esse indivíduo formou seus padrões e como seria possível atingir uma interpretação positiva do espaço experienciado. 

4. Você desenvolveu o curso Neurociência e Arquitetura. De onde surgiu essa ideia? 

Meu primeiro contato com a Neurociência aplicada na arquitetura foi em um debate informal com arquitetos nos EUA. Quando voltei para o Brasil, procurei saber mais sobre o assunto, tive grande influência de arquitetas que já aplicavam esses conceitos na arquitetura comercial e hospitalar, mas queria ainda uma ferramenta que também pudesse atingir a área residencial. Na época ainda não existia cursos sobre o assunto em São Paulo. Foi então que decidi fazer um mestrado para pesquisar sobre o tema. Durante o mestrado montei o curso como parte do meu programa de estudo e ofereci para a faculdade. Para minha grata surpresa, foi incluído na grade extracurricular. 

O vidro e a Neuroarquitetura

Com a neurociência nós entendemos que projetamos considerando os estímulos sensoriais que os materiais provocam no usuário.  

Todo usuário tem uma relação íntima com cada material, e de acordo com a sua experiência o julga bom ou ruim.  

O vidro, por exemplo é um material que pode nos ajudar na criação de uma atmosfera de bem-estar. Ele conecta o exterior ao interior, em aberturas por exemplo, que espalham as correntes de ar natural e garantem a luminosidade.  

Em termos históricos o vidro sempre foi um material considerado nobre e utilizado desde tempos remotos. Historiadores consideram que as primeiras janelas com o material datam de 3000 anos atrás. Já os primeiros vitrais surgiram na Europa no século X. A utilização dos vitrais por parte da Igreja Católica, para além de retratar passagens bíblicas, também servia para criar uma atmosfera de devoção, pelo fato de que a luz natural que adentrava nas catedrais simulava a presença de Deus.  

Nos dias atuais, com o desenvolvimento tecnológico, uma das principais preocupações da indústria vidreira, no geral, é a otimização do material em todos os tipos de utilização. Segurança, conforto térmico e acústico, estética e eficiência energética. Por ser um material cem por cento reciclável, a utilização em outros processos produtivos também faz parte da cadeia industrial.  

Ou seja, o vidro estimula a conexão com o passado, a performance do presente e a previsão de um futuro sustentável.  

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VIDRO CERTO e GRAZIELLA AGUIAR

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Projetos

O vidro nos Hospitais

O Vidro nos Hospitais

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VIDRO CERTO

A importância da luz para a saúde

Tempo de leitura: 5 minutos

Você provavelmente já ouviu falar da importância da luz solar na nossa vida, mas você sabia que o acesso à luz natural pode ajudar no tratamento de pacientes internados?

Além das observações populares, alguns estudos realizados por pesquisadores constataram que pacientes internados com maior acesso à luz natural tiveram uma redução significativa em seus tempos de internação.

Em 2006, um estudo realizado pela Ph.D. Anjali Joseph com financiamento da Robert Wood Johnson Foundation, na Califórnia, concluiu que a exposição adequada à luz é essencial para a saúde e bem-estar tanto dos pacientes internados quanto para os profissionais da saúde que os acompanham.

Nesse estudo, os pesquisadores puderam observar que os pacientes com enfarto do miocárdio acompanhados em tratamento ficavam em média 2,3 dias internados em quartos claros enquanto pacientes internados em quartos escuros aumentavam essa média ara 3,3 dias internados.

Outro estudo, de 2014 realizado na Inglaterra pelo prof. Dr. David Strong também observou o mesmo padrão revisando outros estudos independentes: uma correlação entre o acesso o paciente à luz natural e uma redução considerável no seu tempo de internação no hospital, com recuperação pós-operatória mais rápida além do fato de que esses pacientes fizeram menos uso de medicamentos analgésicos.

Um terceiro estudo realizado em dois hospitais de Seul, na Coréia do Sul pelos pesquisadores Ju-Yoon Lee e Kyoo-Dong Song, constatou que os pacientes internados nas alas sul, com maior incidência de luz solar, puderam se recuperar mais rápido do que os pacientes que ficaram em recuperação nas alas norte, onde a incidência de luz solar era menor durante os dias.

As diferenças observadas entre a recuperação dos pacientes nas alas variam de acordo com cada motivo de internação, mas as médias dos hospitais demonstraram que os pacientes se recuperaram em média, entre 8% e 19,84% mais rápido nas alas com maior incidência de luz solar!

Com essas observações, os três estudos apontam para a importância da arquitetura hospitalar e da incidência de luz solar na recuperação dos pacientes, o que tem implicações variadas, tanto na parte financeira para o próprio hospital diminuindo os custos de internação, quanto os inúmeros benefícios de saúde observados no paciente.

E como parte essencial da arquitetura de um modo geral (e agora, como você sabe, também da arquitetura hospitalar!), o vidro pode trazer ainda mais benefícios para o hospital e as pessoas que por ele circulam!

Listamos abaixo algumas das diferentes aplicações e variedades de vidro que podem ser aliadas ao bem-estar e arquitetura hospitalar:

APLICAÇÕES

Banner mostrando o hospital Moriah em São Paulo com sua cúpula central feita de vidro.

Em Fachadas

O vidro traz diversas qualidades para a fachada de hospitais, não só iluminação natural, veja a seguir algumas outras que listamos:

• Iluminação natural – já observada cientificamente, auxilia na recuperação do paciente e no bem-estar dos funcionários

• Estética – o vidro transmite modernidade e elegância, passando confiança aos pacientes e familiares

• Eficiência energética – com maior incidência de luz natural, a necessidade de luzes artificiais cai e ambientes de uso comum acabam economizando energia.

• Sensação de amplitude – a aplicação de vidro nos ambientes traz uma sensação de amplitude para ambientes menores e, conforme o vidro escolhido, não deixa de trazer privacidade

• Isolamento acústico – o vidro ajuda a isolar acusticamente os ambientes, contribuindo para maior privacidade dos pacientes e seus familiares.

• Conforto – o uso de vidro nos quatros e salas de hospitais, como visto acima, traz maior amplitude de visão, iluminação natural e uma sensação de liberdade e segurança ao poder se ver o céu, o que traz uma sensação de maior conforto ao paciente e seus familiares

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SEGURANÇA

O uso de vidros de segurança temperados e laminados em ambientes de grande circulação ou onde possa haver impacto de pessoas como em escadas, sacadas, elevadores e passadiços trazem maior segurança para quem circula no hospital sem que percamos a elegância e o conforto do projeto arquitetônico.

PRIVACIDADE

Existem muitos modelos de vidros que podem ajudar na privacidade do paciente e dos trabalhadores. Inclusive, trazemos uma tecnologia muito interessante para os momentos necessários.

• Os vidros eletrocrômicos – possuem tecnologia que possibilita interagir com a corrente elétrica através de condutores e assim mudar de cor ou continuar transparente como em seu estado natural – podem trazer privacidade nos momentos em que são necessários, pois mudam sua transparência e cor com o tocar de um interruptor ou até mesmo ligado à incidência de luz natural que recebe (se programado para isso, claro)

• Isolamento acústico – vidros laminados ou insulados permitem a redução de som entre ambientes sem perder a visibilidade nem a sensação de amplitude e acesso à luz natural que são tão benéficos.

HIGIENE

Por ser liso e inerte, o vidro facilita a limpeza e higienização dos ambientes hospitalares, sendo uma ótima solução para portas e revestimentos de paredes de modo geral.

Como você pode ver acima, são inúmeros os ganhos de pacientes e toda a equipe hospitalar quando o hospital é bem iluminado e recebe raios solares! E para manter tanto a elegância, privacidade e saúde, o vidro é o melhor aliado dos arquitetos e equipe hospitalar!

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VIDRO CERTO

Referências:

The Impact of Light on Outcomes in Healthcare Settings. Anjali Joseph, Ph.D, disponível em: https://bit.ly/3djGZW8

Daylight benefits int healthcare buildings. Prof. DTG Strong, disponível em:  https://bit.ly/3dld28j

The Daylighting Effects in Hospital for Healing Patients. Ju-Yoon Lee e Kyoo-Dong Song, disponível em: https://bit.ly/2Q50hG0

 

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Arquitetura Projetos

Palácio de Versailles

Palácio de Versalhes

Uma obra atemporal que homenageia o vidro

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VIDRO CERTO

A Galeria dos Espelhos de Versalhes

Tempo de leitura: 5 minutos

Este é o primeiro post da série O Vidro construindo a História, na qual você conhecerá grandes obras arquitetônicas que fazem parte da História da humanidade e como o vidro contribuiu para a imponência da sua construção.

O PALÁCIO

Versalhes era uma aldeia rural no século XVII, mas hoje com o crescimento de Paris, é considerada área do subúrbio de Paris. Foi o centro do poder do Antigo Regime na França graças ao seu palácio.

O Castelo de Versalhes era um simples castelo de caça construído pelo rei Luís XIII, mas passou a ser reformado e ampliado no reinado do seu sucessor, rei Luís XIV.

O projeto foi pensado pelo arquiteto Louis Le Vau para que o castelo se tornasse um centro da Corte Real, para assim centralizar também os poderes além das pessoas.

Houve quatro campanhas para construção do Palácio de Versalhes, cada uma focando em uma parte do palácio e ao término das guerras do rei.

O palácio serviu de moradia real de 1682 até a volta forçada da família real para Paris em 1789

A Galeria dos Espelhos

A Galerie des Glaces, como é conhecida em francês, tem esse nome graças a sua principal característica: ela possui 17 arcos recobertos por espelhos que refletem as 17 janelas também em arco que dão para o jardim. Cada arco contém 21 espelhos, totalizando o surpreendente montante de 357 espelhos utilizados na decoração da galeria, algo que hoje já seria um deslumbre, mas no século XVII foi revolucionário.

Essa galeria tão única não fazia parte dos planos originais da construção do palácio: inicialmente o arquiteto Louis Le Vau havia projetado um grande terraço que separava o apartamento do rei do apartamento da rainha. Mas por ser um caminho muito aberto e exposto de um apartamento a outro, na terceira campanha de construção do palácio, já sob o comando do arquiteto Jules Hardouin Mansart, a construção da Galeria dos Espelhos se apropriou de três quartos de cada apartamento e do terraço para a sua construção.

A construção da Galeria dos Espelhos se deu de 1678 a 1684 e se propôs a manter uma atmosfera que desse a sensação de natureza, pois as 17 enormes janelas permitem a entrada da luz solar e a invasão da linda paisagem dos jardins de Versalhes.

No cotidiano do palácio, a Galeria servia obviamente para passagem, mas também de sala de espera, encontros e era frequentada por cortesãos e o público visitante do palácio, mas raramente era um espaço de cerimônias.

Apesar disso, é com muito orgulho que os franceses lembram que a Galeria dos Espelhos foi o local escolhido para a assinatura do Tratado de Versalhes, aquele que oficializou o final da I Guerra Mundial.

Juntamente ao projeto da Galeria dos Espelhos, foi realizada também a construção de dois salões: o Salão da Guerra e o Salão da Paz, ambos decorados com paredes de mármore e troféus que exaltam as vitórias militares.

Os espelhos

Um ponto importante se de ressaltar é que no século XVII, o espelho era um dos itens mais caros e Veneza tinha o seu monopólio de fabricação.

Mas, graças as suas dimensões enormes e à filosofia mercantilista que exigia que todos os objetos utilizados na decoração de Versalhes fossem fabricados na França, o vidreiro Jean-Baptiste Colbert teria contratado vários trabalhadores de Veneza para trazer a tecnologia e o conhecimento para fabricação dos espelhos na França.

Diz a lenda que Veneza não teria gostado nada disso e enviou espiões para envenenar os trabalhadores trazidos de Veneza.

Verdade ou não, sabemos que a técnica de manufatura de espelhos desenvolvida pelos trabalhadores de Colbert foi tão eficaz a França chegou a interditar as importações de espelhos venezianos!

A empresa de Colbert foi fundada por ele mesmo em 1665 sob o nome de Manufacture royale des glaces, posteriormente passou a chamar Saint-Gobain e assim é conhecida até hoje.

A restauração

A Galeria dos Espelhos já passou por muita coisa! Parte da sua mobília já foi empenhada para financiar guerras e o espaço chegou a ser completamente abandonada durante a Revolução Francesa.

Mas a partir do século XIX passou por algumas reformas pontuais até que em 2004, sob a direção de Frédéric Didier, arquiteto responsável pelos monumentos históricos franceses, a galeria passou por uma restauração completa que pode reforçar todos os espelhos e mobiliário do espaço.

Essa restauração permitiu dar vida nova a 70% dos espelhos originais, mas 30% teve que ser trocado por espelhos de época (mas não originais) devido à ação do tempo e restauros mal realizados anteriormente.

Essa teria sido a primeira restauração completa que a galeria recebeu desde a sua inauguração em 1684.

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