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Aplicações de Vidro

Eficiência Energética no setor residencial

Eficiência energética
no setor residencial

por:

Fernando Westphal

Tempo de leitura: 4 minutos

O Brasil é eficiente?

Comecei minha palestra com esta pergunta no Vidrosom 2023, que ocorreu junto a SAIE Vetro em Florianópolis no dia 1° de setembro. Claro que é uma pergunta capiciosa. Se formos respondê-la com uma análise profunda sobre indicadores econômicos, como crescimento do PIB, resultado da balança comercial ou discorrer sobre qualidade dos serviços prestados à população, podemos chegar a resultados pouco animadores. Mas se formos restringir a análise ao uso e geração de energia no Brasil, nós somos um bom exemplo para o mundo. Demonstrei isso na palestra com alguns números, que trago resumidamente aqui.

Os dados do último Balanço Energético Nacional (BEN), publicado agora em 2023 pelo Ministério de Minas e Energia, apontam que 86% da eletricidade consumida no Brasil em 2022 foi gerada por fontes renováveis. Esse percentual é distribuído entre as usinas hidrelétricas, com 62% de participação do total da eletricidade gerada no país, seguido pela eólica (12%), biomassa (8%) e solar (4%). Se compararmos com outros países, nós somos referência em energia limpa. Os Estados Unidos têm apenas 19% da geração de eletricidade por fontes renováveis. A eletricidade consumida no país norte-americano utiliza como fontes principais o gás natural (32%), o carvão (26%) e a nuclear (22%). A Alemanha, país referência em promoção de geração de energia solar e eólica, teve apenas 41% de sua eletricidade gerada por fontes renováveis em 2021.

O tema do Vidrosom deste ano era habitação de interesse social. O setor residencial no Brasil representou 27% do consumo total de eletricidade em 2022. O consumo médio mensal de eletricidade nas residências brasileiras é de cerca de 180 kWh, resultando num consumo anual de 2160 kWh. Na Alemanha, o consumo médio de eletricidade nas residências é de 3100 kWh por ano, mas eles utilizam outras fontes para o aquecimento, especialmente gás natural, elevando o consumo para 18000 kWh, quando fazemos a conversão do volume de gás para kWh térmico. No Brasil, também são utilizadas outras fontes de energia nas residências, especialmente para a cocção de alimentos, como é o caso da lenha, que representa 26% da energia total consumida no setor, e o gás de cozinha, com 22% de participação. Adicionando essas fontes no cálculo, o consumo anual de energia de uma residência brasileira vai a 5000 kWh. Ainda assim, o uso na Alemanha é três vezes superior. Se compararmos com o perfil de consumo nos Estados Unidos, a diferença é ainda mais gritante. Uma residência na Flórida apresenta em média um consumo de eletricidade de 13100 kWh por ano, ou 1090 kWh por mês, o que representa seis vezes o valor brasileiro – sem contar as outras fontes de energia.

Então, no setor residencial nós somos muito eficientes. Utilizamos menos energia e geramos eletricidade de forma mais limpa. É claro que somos agraciados com boas condições climáticas, que dispensam a necessidade de calefação ou uso de ar-condicionado de forma intensa ao longo do ano. E devemos continuar tirando proveito disso. Mesmo que a população venha a ter acesso facilitado a aparelhos de ar-condicionado no futuro, por consequência da evolução tecnológica e redução de custos, devemos trabalhar para que o uso seja restrito às épocas extremamente necessárias, quando o clima externo é desfavorável. Por isso é importante o esforço no desenvolvimento de projetos de edificações com alta eficiência, com o uso de vidros de controle solar, elementos de sombreamento e aproveitamento da luz do sol e ventilação natural.

por:

Fernando Westphal

Referência Bibliográfica:

Revista Contramarco

O portal Vidro Certo é uma iniciativa da ABIVIDRO, e segue suas diretrizes de Política de Privacidade.

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Aplicações de Vidro

O vidro insulado e as condições de conforto nas edificações

O vidro insulado e as condições de conforto nas edificações

por:

Fernando Westphal

Tempo de leitura: 4 minutos

Vidro insulado

As discussões em torno da viabilidade de aplicação do vidro insulado no Brasil têm se intensificado nos últimos anos. Muitas vezes, a economia de energia não é o principal requisito para a tomada de decisão, e o mercado tem reconhecido os benefícios do produto como uma estratégia de melhoria nas condições de conforto nas edificações.

Conforto Térmico

A principal função do vidro insulado – e que dá origem ao seu nome – é o isolamento térmico. A câmara de ar entre os vidros dificulta a passagem de calor de um lado para o outro do envidraçamento. Isso funciona para as duas situações: frio e calor. Em climas muito frios, o vidro insulado evita a perda de calor de dentro da edificação para fora. Como consequência, o vidro interno fica numa temperatura mais próxima do ambiente interno, evitando aquela sensação de frio próximo a uma grande porta de vidro, por exemplo. Em climas quentes, ou mesmo em climas amenos, mas com incidência direta de sol sobre o envidraçamento, a câmara de ar bloqueia parte do ganho de calor de fora para dentro da edificação, deixando o vidro interno mais “fresco”, com temperatura próxima à do ar interno da edificação. Isso evita a sensação de calor quando se está próximo ao vidro.

Toda essa redução de ganho ou perda de calor, resulta em economia de energia se a edificação possui aquecimento artificial (em climas frios, evidentemente) ou ar-condicionado para resfriamento em climas quentes

Conforto Acústico

Na questão acústica, existe um pouco de confusão de conceitos e por isso vale a pena discorrer sobre algumas situações. Na verdade, se compararmos vidros insulados com monolíticos com mesmas espessuras totais de vidro, o isolamento acústico é praticamente o mesmo. Por exemplo, não há benefício algum trocar um vidro monolítico 8 mm por um vidro insulado de 4 mm + 25 mm de ar + 4 mm. Se utilizarmos uma câmara de ar menor, o desempenho do vidro insulado nessa situação é ainda pior do que o do vidro monolítico.

Mas esse tipo de substituição raramente ocorre. Devido a requisitos de segurança e dimensionamento das peças, ao migrar de um vidro de 8 mm para um insulado, certamente a nova composição terá pelo menos um vidro laminado de 6 mm e um temperado de 4 mm. Como já houve um aumento na espessura total de vidro, há um ganho em isolamento acústico, e há também o benefício de se utilizar espessuras diferentes. Essa estratégia permite que um vidro compense a deficiência de isolamento do outro. E se os dois vidros da composição insulada forem laminados, o desempenho será ainda melhor.

Então, geralmente há uma melhoria no isolamento porque acaba se utilizando espessuras maiores do que a situação original. Mas é importante destacar que o benefício acústico do vidro insulado não é proporcionado pela câmara de ar, mas sim pelo efeito de “desacoplamento”, ou seja, a separação em duas superfícies, que é o mesmo princípio que fundamenta o uso de paredes duplas, como o drywall.

Outra dúvida comum é acerca do uso de gases nobres preenchendo a câmara de ar, como o argônio ou xenônio. Esses gases podem ser utilizados para aumentar o isolamento térmico do vidro insulado, mas não resultam em incremento ao isolamento acústico.

Conforto Visual

Por fim, vale destacar que por meio de composições insuladas pode-se obter vidros mais transparentes e com bom desempenho térmico. Isso permite melhor aproveitamento da luz natural e menores taxas de reflexão no envidraçamento, tanto pelo lado externo, quanto interno da edificação. Essa característica tem sido muito desejada pela arquitetura atualmente. Por isso vejo as discussões em torno do vidro duplo, insulado, aumentarem nas mesas de projeto. Acho que veremos maior penetração desse produto no nosso mercado da construção civil nos próximos anos.

Torre São Paulo, no Complexo JK. Vidros insulados foram utilizados para alcançar elevado nível de eficiência energética para o prédio e conforto térmico interno.

por:

Fernando Westphal

Referência Bibliográfica:

Revista Contramarco

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Eficiência energética no setor residencial

Eficiência energética no setor
residencial

por:

Fernando Westphal

Tempo de leitura: 4 minutos

“O Brasil é eficiente?” Comecei minha palestra com esta pergunta no VidroSom 2023, que ocorreu junto ao SAIE VETRO em Florianópolis no dia 1° de setembro. Claro que é uma pergunta capciosa. Se formos respondê-la com uma análise profunda sobre indicadores econômicos, como crescimento do PIB, resultado da balança comercial ou discorrer sobre qualidade dos serviços prestados à população, podemos chegar a resultados pouco animadores. Mas se formos restringir a análise ao uso e geração de energia no Brasil, nós somos um bom exemplo para o mundo. Demonstrei isso na palestra com alguns números, que trago resumidamente aqui.

Fontes Renováveis

Os dados do último Balanço Energético Nacional (BEN), publicado agora em 2023 pelo Ministério de Minas e Energia, apontam que 86% da eletricidade consumida no Brasil em 2022 foi gerada por fontes renováveis. Esse percentual é distribuído entre as usinas hidrelétricas, com 62% de participação do total da eletricidade gerada no país, seguido pela eólica (12%), biomassa (8%) e solar (4%). Se compararmos com outros países, nós somos referência em energia limpa. Os Estados Unidos têm apenas 19% da geração de eletricidade por fontes renováveis. A eletricidade consumida no país norte-americano utiliza como fontes principais o gás natural (32%), o carvão (26%) e a nuclear (22%). A Alemanha, país referência em promoção de geração de energia solar e eólica, teve apenas 41% de sua eletricidade gerada por fontes renováveis em 2021.

Consumo nas Residências

O tema do VidroSom deste ano era habitação de interesse social. O setor residencial no Brasil representou 27% do consumo total de eletricidade em 2022. O consumo médio mensal de eletricidade nas residências brasileiras é de cerca de 180kWh (quilowats-hora), resultando num consumo anual de 2.160kWh. Na Alemanha, o consumo médio de eletricidade nas residências é de 3.100kWh por ano, mas eles utilizam outras fontes para o aquecimento, especialmente gás natural, elevando o consumo para 18.000kWh, quando fazemos a conversão do volume de gás para kWh térmico. No Brasil, também são utilizadas outras fontes de energia nas residências, especialmente para a cocção de alimentos, como é o caso da lenha, que representa 26% da energia total consumida no setor, e o gás de cozinha, com 22% de participação. Adicionando essas fontes no cálculo, o consumo anual de energia de uma residência brasileira vai a 5.000kWh. Ainda assim, o uso na Alemanha é três vezes superior. Se compararmos com o perfil de consumo nos Estados Unidos, a diferença é ainda mais gritante. Uma residência na Flórida apresenta em média um consumo de eletricidade de 13.100kWh por ano, ou 1.090kWh por mês, o que representa seis vezes o valor brasileiro — sem contar as outras fontes de energia.

Condições Climáticas

Então, no setor residencial nós somos muito eficientes. Utilizamos menos energia e geramos eletricidade de forma mais limpa. É claro que somos agraciados com boas condições climáticas, que dispensam a necessidade de calefação ou uso de ar-condicionado de forma intensa ao longo do ano. E devemos continuar tirando proveito disso. Mesmo que a população venha a ter acesso facilitado a aparelhos de ar-condicionado no futuro, por consequência da evolução tecnológica e redução de custos, devemos trabalhar para que o uso seja restrito às épocas extremamente necessárias, quando o clima externo é desfavorável. Por isso é importante o esforço no desenvolvimento de projetos de edificações com alta eficiência, com o uso de vidros de controle solar, elementos de sombreamento e aproveitamento da luz do sol e ventilação natural.

Conheça o curso Introdução a Eficiência Energética

Imagem mostrando um prédio com fachada de vidro do lado direito no fim de tarde com um andar iluminado.

por:

Fernando Westphal

Referência Bibliográfica:

Revista Contramarco

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Aplicações de Vidro Entrevistas

Entrevista: Fernando Westphal fala sobre o livro “Vidro Plano para Edificações”

Entrevistas

Livro
"Vidro Plano para Edificações"

O Vidro Certo conversou com o professor Fernando Westphal sobre o livro “Vidro plano para edificações”, que foi lançado pela editora Oficina de Textos.

por:

Portal Vidro Certo

Tempo de leitura: 8 minutos

Temos certeza de que esse trabalho será muito útil para todos os envolvidos em processos construtivos, principalmente arquitetos, engenheiros, especificadores, vidraceiros e projetistas. O Vidro Certo não poderia ficar de fora!

Abaixo, você pode conferir os principais pontos desse bate-papo, em que o autor relata os maiores desafios e os principais aprendizados que obteve ao longo do processo, além de valiosas dicas para profissionais da área.

Professor, recebemos com grande satisfação a notícia sobre o lançamento do seu livro. É, sem dúvida, uma obra significativa para o setor. O interesse em publicá-lo teve uma motivação especial? O senhor é professor nessa área há bastante tempo. Por que lançar essa obra agora?

“A motivação principal foi o fato de não existir publicações nacionais tratando dos aspectos técnicos e das propriedades físicas do vidro plano e suas aplicações em edificações. Sou professor nessa área há 12 anos, mas trabalho com pesquisa e consultoria há mais de 20 anos, e percebi que existe uma carência de bibliografia sobre o assunto. O que encontramos são catálogos dos fabricantes de vidros, que embora tenham um conteúdo rico sobre o assunto, sempre possuem uma tendência de mercado que eu gostaria de evitar em uma publicação isenta.

Quais os principais desafios que os profissionais da área de construção civil encontram na execução de bons projetos com fachadas de vidro no Brasil? E no que se refere a uso interno, como divisórias, guarda-peitos, tetos e outros?

“Ainda existe pouca difusão de informação técnica acerca das propriedades dos vidros de alto desempenho e muitos projetistas desconhecem o potencial de economia de energia com produtos de controle solar e vidros insulados. Há muito preconceito quanto ao uso de fachadas envidraçadas em climas quentes, mas os estudos indicam que é possível projetar uma edificação com alto grau de transparência, eficiência energética e conforto, desde que se utilize os produtos adequados. Nos últimos anos, houve uma disseminação de projetos de edifícios corporativos no Brasil com fachadas em pele de vidro, e que receberam certificações ambientais de desempenho, comprovando que é possível adotar esse partido arquitetônico com alta eficiência energética. O livro dá ênfase nos critérios de desempenho térmico, acústico e lumínico do vidro, e resume os requisitos que norteiam a especificação dos vidros para fachadas para o alcance de alta eficiência.  

Curiosamente, para as aplicações internas o vidro é bem aceito e tem substituído os materiais convencionais. Entretanto, também existe uma carência de formação técnica mais aprofundada em toda a cadeia videira, pois ainda é comum a verificação de instalações fora dos padrões normativos de segurança. “

É notório que o uso do vidro nas fachadas de edificações vem crescendo no País, em especial nos edifícios nos grandes centros urbanos. A que o senhor atribui esse crescimento?

“Existe um desejo natural das pessoas por edificações mais integradas ao ambiente externo. Estudos científicos comprovam a preferência das pessoas em trabalhar e viver em ambientes com maior área de janela e maior integração visual com o exterior. Vale ressaltar que o prêmio Nobel de medicina de 2017 foi concedido aos três pesquisadores que desvendaram o mecanismo do ciclo circadiano dos seres vivos. Para termos uma vida saudável precisamos estar sujeitos aos ciclos naturais de variação entre dia e noite, por isso é importante nosso contato com o ambiente externo. Esse contato evita problemas de saúde comuns da vida moderna, como hipertensão e depressão.  

Mas não é apenas pela transparência e efeito estético que o vidro tem sido escolhido como material de fechamento das fachadas. O vidro demanda baixo custo de manutenção, pois requer apenas limpeza periódica, mas são raros os casos de necessidade de reposição ou deterioração, comum a outros materiais de revestimento de fachadas. Além disso, a execução de fachadas em pele de vidro é mais limpa e rápida, agilizando a entrega das obras. Esse efeito econômico nos empreendimentos é de extrema importância. É um dos poucos materiais que permite a industrialização das fachadas, com agilidade, baixo desperdício e baixo custo de manutenção.” 

Os usuários desses edifícios sabem os benefícios que o vidro pode trazer à vida deles e ao meio ambiente? 

Isso é difícil de afirmar com certeza. Mas por experiência própria, por vivência, verifico que profissionais da área da construção civil e estudantes dos cursos de graduação em arquitetura e engenharia têm pouco conhecimento sobre os potenciais do vidro nas edificações. O consumidor final, menos ainda. Essa lacuna precisa ser preenchida e é importante que o setor produtivo atue neste sentido, de disseminação de conteúdo junto ao público em geral.

O senhor considera que já há um uso mais consciente dos variados tipos de vidro para fachadas, como os de controle térmico e isolamento acústico? Ainda há muita desinformação por parte dos profissionais? Como seria possível corrigir essa deficiência?

“Em países desenvolvidos esse conhecimento está consolidado. No Brasil, o uso de vidros de alto desempenho ainda é restrito às grandes obras ou àquelas de alto padrão. Ainda existe, de fato, uma carência de formação qualificada entre os especificadores, ou seja, os arquitetos. Estamos trabalhando para corrigir essa deficiência por meio de divulgação de material técnico e palestras.

O livro é uma das ações neste sentido e por isso recebeu o apoio da ABIVIDRO. Mas acredito que uma atuação mais efetiva deve ser promovida junto às universidades, como a criação de disciplina específica sobre o vidro plano nos cursos de arquitetura e urbanismo e engenharia civil. Geralmente esses cursos trazem disciplinas voltadas à aplicação do concreto armado, estruturas de aço e madeira, que consistem na cultura de construção brasileira. Mas percebo que atenção desproporcional é dada ao vidro e às esquadrias, que correspondem a itens importantes de influência no conforto ambiental interno das edificações e consequente impacto no consumo de energia.”

De acordo com seus estudos, o uso correto do vidro de controle térmico pode reduzir em quanto o consumo de energia em um apartamento localizado em São Paulo, por exemplo?

“É difícil de generalizar, mas dependendo da planta, orientação solar e uso do apartamento, em São Paulo pode-se chegar a economia da ordem 20% do uso de energia em climatização quando se utiliza um vidro de controle solar em vez de vidro incolor comum.

É possível dizer que o Brasil está caminhando para o correto uso de vidro em fachadas, com especificações adequadas para obter bons resultados? Onde estão os maiores gargalos para a especificação correta do material? Em que fase do processo construtivo?

“Sim. O Brasil está no caminho certo. E isso ocorre em parte devido a proliferação da certificação LEED. São quase 1000 empreendimentos certificados no país. Não posso afirmar com certeza, mas arrisco dizer que todos eles possuem vidros de controle solar. Todos os fabricantes de vidro utilizam como exemplos para divulgar seus produtos de controle solar algum prédio certificado LEED. Eu enxergo um obstáculo maior na proliferação dos vidros de alto desempenho nos edifícios residenciais, que ainda utilizam vidros incolores em sua maioria. Nessas situações, acho que o gargalo está no fornecedor das esquadrias, que no geral desconhece os benefícios dos vidros de controle solar e dá uma atenção maior aos benefícios do seu produto, ou seja, no perfil e no sistema de esquadria.”

A utilização de vidros especiais nas fachadas deixa o projeto mais caro? Ou o eventual acréscimo do valor é compensado com economia de energia e outros benefícios?

“Sim. O projeto fica mais caro quando se utiliza vidro de controle solar, comparado ao vidro incolor. Mas se avaliarmos o benefício obtido em economia de energia, também em relação ao vidro incolor, na maioria das situações o investimento se paga em menos de 2 anos, apenas com economia de energia em ar-condicionado. Dependendo do clima, essa economia é imediata, apenas com a redução da capacidade instalada em ar-condicionado.”

Pode citar exemplos de projetos bem executados, ou seja, aqueles em que o vidro foi usado de forma correta tirando vantagem dos benefícios que o material apresenta – seja de construção ou mudança para fachadas vidro?

“O Edifício Multiplan Morumbi Corporate, Torres Gold e Diamond, em São Paulo, que tiveram os vidros de fachada especificados por meio de simulação computacional durante a fase de concepção de projeto, resultando em um empreendimento de alto padrão, com certificação LEED Gold.  

Outro exemplo, com desempenho exemplar, é o Edifício Vera Cruz II, também em São Paulo, na Faria Lima, que teve toda a concepção de fachada também avaliada por simulação computacional. Neste projeto, nós conduzimos a avaliação de mais de 20 especificações de vidros de controle solar e insulados, estudando o impacto na carga térmica e aproveitamento da luz natural. O vidro utilizado foi um insulado, com o objetivo principal de se alcançar melhores condições de conforto térmico interno.”

Por fim, que dica daria para o profissional que pretende executar uma obra com vidro para que alcance bons resultados? 

“Para edifícios comerciais no Brasil, comece pesquisando por especificações de vidro com fator solar abaixo de 0,40 e transmissão luminosa em torno de 40%. Isso para projetos que tenham área de janela entre 40% e 50% da fachada. O ideal é utilizar vidros com reflexão luminosa abaixo de 20%, para evitar a reflexão excessiva, tanto externa, quanto internamente. Por fim, estude sobre as propriedades ópticas dos vidros para entender o porquê dessas recomendações. O livro pode ser um ótimo ponto de partida! “

por:

Portal Vidro Certo

CONHEÇA O AUTOR

Fernando Simon Westphal é engenheiro civil formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde também desenvolveu seu mestrado e doutorado com ênfase em eficiência energética em edificações. É professor nos cursos de graduação e pós-graduação em arquitetura e urbanismo na UFSC e atua como consultor em projetos de edificações de alto desempenho no Brasil. 

Se ficou interessado em conferir o trabalho do professor Fernando Westphal, o livro está disponível clicando no botão abaixo.

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Vantagens das divisórias de vidro

Vantagens das Divisórias de Vidro

Excelentes aliadas no design de interiores

por:

Rebeca Guimarães

Tempo de leitura: 5 minutos

Entrar em um edifício corporativo hoje é uma experiência completamente diferente de algumas décadas atrás. Especialmente se estivermos falando de startups, espaços de co-work e empresas de tecnologia.

Mesa de ping pong ao lado de um janelão, puffs coloridos, reuniões em ambientes mais parecidos com uma sala de estar do que qualquer outra coisa. E é claro, um espaço confortável para o café e lanchinhos no meio da tarde.

Sim, você está em horário comercial e relatórios ainda precisam ser entregues. Mas a atmosfera não lembra nada àqueles ambientes sisudos com cara de repartição pública.

E é claro que o vidro não ficaria de fora dessa revolução!

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Aqui no Vidro Certo sempre enfatizamos o quanto o uso do material faz a diferença no conforto térmico, no contato com o externo e na iluminação natural que traz diversos benefícios.

Mas você sabia que o vidro também é um excelente aliado no design de interiores?

Nos ambientes corporativos as vantagens são muitas. Para compor esse novo modo de trabalhar e viver, o vidro é essencial!

A transparência do vidro tem a capacidade de criar a ilusão de mais espaço. Então adicione algumas divisórias de vidro ao escritório e você instantaneamente terá um ambiente mais claro, arejado e espaçoso.       

As primeiras impressões contam, e isso é particularmente importante quando os clientes em potencial estão visitando o escritório. Quando convidado para um espaço de trabalho acolhedor, isso instantaneamente traz uma sensação que conecta e permite que a reunião tenha um ótimo começo para o melhor resultado possível. No entanto, isso pode ser completamente o oposto, caso o cliente não se sinta bem no local. É claro que o espaço do escritório não é tudo para qualquer negócio, mas pense nisso, você estaria mais disposto a trabalhar com uma empresa que se orgulha de sua apresentação ou naquela que não dá atenção a esse tipo de detalhe?

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O melhor das divisórias de escritório é que elas não são apenas de vidro. Todos os sistemas de repartição são altamente personalizáveis ​​e permitem modificações, incluindo pintura e outros tipos de costumização. Esta é uma ótima maneira de injetar um toque de design e estilo e torna as divisórias completamente exclusivas para o seu ambiente de trabalho. Por exemplo, algumas empresas colocam o seu logotipo em  todas as divisórias, enquanto outras optam por algo mais minimalista. Com divisórias de vidro para escritório, você pode ser tão ousado ou simplista quanto quiser. 

As divisórias de vidro também deixam espaço para futuras reformulações do espaço do escritório. Se pretende remodelar o seu espaço, é fácil! Devido à menor quebra, os vidros podem ser utilizados ​​em outros lugares. Alterações futuras podem ser pensadas, pois são menos confusas do que quebrar uma parede. Além disso, é mais rápido de instalar e a aparência desejada pode ser alcançada em pouco tempo. 

O vidro é a melhor solução para a maioria dos escritórios que procuram modernizar a sua decoração e criar espaços que realmente conectam.

por:

Rebeca Guimarães

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Piscinas de Vidro

PISCINAS DE VIDRO

por:

VIDRO CERTO

Tempo de leitura: 5 minutos

Cada vez mais presente nas redes sociais, as piscinas de vidro têm ganhado popularidade por trazer leveza e sofisticação para as construções, além de integrar áreas externas e internas de um empreendimento com muito estilo.

Piscinas de vidro podem valorizar o imóvel de diversas maneiras: integrando os ambientes cobertos e ao ar livre do imóvel, com a natureza ao redor, e até mesmo trazendo o elemento surpresa para os ambientes.

As aplicações do vidro

O vidro pode ser usado na piscina tanto nas paredes, bordas infinitas que se integram ao horizonte, quanto no fundo transparente nas piscinas suspensas.

Para suportar a pressão hidrostática, normalmente são usadas placas de vidro multilaminados calculadas por especialistas para cada situação para garantir a segurança da estrutura e dos seus usuários.

E, como em toda boa obra, investir em profissionais especializados é muito importante para a segurança da construção dessas piscinas. Aqui no Portal Vidro Certo você pode encontrar os melhores fabricantes especialistas em vidro para garantir o material de qualidade para isso.

Para apreciar a vista

Uma boa dica para começar a planejar sua piscina de vidro é pensar no ambiente externo ao qual você pretende integrar a piscina: se a vista for para o mar, pense em investir em vidros em tons mais azulados para harmonizar com o azul do mar; já se a vista for para vegetação, vidros com tons mais esverdeados podem trazer maior integração com o exterior!

É possível também especificar acabamentos de superfície que valorizem ainda mais o brilho e a resistência à sujeira que facilitem a manutenção da sua piscina.

Pense também numa iluminação que valorize sua piscina: tanto pela luz natural quanto pela artificial para trazer luminosidade à noite a todo o ambiente.

Investir em uma boa iluminação para a piscina de vidro pode potencializar a sofisticação e beleza do projeto.

Vidro não é a mesma coisa que fibra de vidro!

Para muitas pessoas, pode parecer óbvio, mas é sempre bom lembrar que a fibra de vidro é uma matéria-prima para produção de materiais compósitos, estes, muitas vezes aplicados em barcos, painéis de carro e cadeiras, por exemplo. Normalmente as piscinas feitas com fibra de vidro são opacas, mais leves e com custo menor, trazendo uma ideia e finalização completamente diferentes de um projeto de uma piscina de vidro.

ALGUMAS INSPIRAÇÕES

Piscina-de-Vidro-pequena-com-borda-de-madeira-foto-pinterest

Borda

Uma borda de vidro na piscina valoriza mesmo um pequeno projeto como na foto abaixo “transbordando” para todo o ambiente. 

Piscina-de-Vidro-funciona-como-incrível-cobertura-de-madeira-foto-pinterest

Fundo de vidro

O fundo de vidro de uma piscina desperta a curiosidade de passantes e pode causar uma emoção diferente aos seus usuários além de criar ambientes únicos que ficarão na memória (e no Instagram) de seus usuários. São ótimas opções para hotéis e atrações turísticas para ser uma referência como nos exemplos abaixo. 

Imagem mostrando uma piscina de vidro construída para o lado de fora de uma edificação com uma pessoa nadando no meio.

Paredes de vidro

Paredes de vidro integram a piscina a ambientes internos permitindo iluminação natural e dinamismo aos ambientes. Piscinas com vidro podem acrescentar muito ao projeto arquitetônico, valorizando ambientes e a experiência de seus usuários

por:

VIDRO CERTO

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